Uma típica cena suburbana desenhada por Jano.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O subúrbio de pleito aberto

Eleição no subúrbio e aquele bate papo em tudo quanto é canto. A turma da purrinha no boteco se divide: um apóia a situação, outro quer arrumar um pistolão, o terceiro saiu de lona, abre a mão! e o quarto não vai votar é em ninguém não.

Todo mundo ouviu dizer que esse tal de voto nulo é a melhor pedida. Há quem creia que justificar ausência é a melhor saída. Oh! quando o trunfo sai de cima, a mão do jogo é invertida. Lei Seca que nada, domingo é pagode, churrasco e batida.

Dona Maria ainda não tem candidato. Waldemar acredita em tudo que é boato. Seu João acha que o jogo tá no papo! E o Toninho vive reclamando do Vasco... que fiasco!

Graças a Deus, acabou esse bendito horário eleitoral! Essa é a coisa que mais se escuta da Pavuna até a Central. E o cara, olha só, beijando criança, pagando cachaça e abraçando geral! Muito cara de pau! Dona Graça, não vota em branco, senão vai pra esse animal! O nulo também, boçal! Só o tal do válido é que conta no somatório final.

Boca de urna não vale, nem botar a boca no trombone! Aê! Nessa maquininha tem cd da Alcione? Oh, Dona Ivone! Que isso, hein? Toda toda. Tamanquinho, shortinho, blusinha de silicone. E aí, vai votar no genérico ou vai votar no clone?

É sempre assim: tudo levado na brincadeira! Ninguém assume que está dando bobeira e o país segue em frente, ou seja, nessa mesma pasmaceira. Meu Deus, quanta besteira! Edinho, bota aí pra mim a saideira!

Márcio Hilário

30-09-2010